sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Medalha na Rua São Francisco


Não me lembro de ter ganhado algum medalha na vida, pois nunca fui o mais veloz, nem bom nos esportes. Não jogava xadrez, tão menos lutei judô.
Na escola, ganhei alguns concursos de desenhos para capas do “Nossas Cabecinhas Todas Juntas” – uma antologia anual com redações dos alunos.
Meu negócio era mesmo o desenho.
E hoje fui condecorado por um amigo da rua.
Se não me engano o nome dele era Hudson. (Não consegui compreender, mesmo depois de perguntar três vezes).
Hudson estava meio chapado.
Ele disse que o meu desenho era coisa de doido, maluco e que eu tinha ido looooongeeee, alcançando até mesmo a torre da Igreja da Ordem.
Disse que não queria questionar meu profissionalismo, mas fazer um desenho como o que fiz (e que agora pertence ao brother croquizeiro Maurício Goez), não era coisa de gente normal. E eu merecia uma medalha por isso.
Eu ri e agradeci, lógico.
Despedimos-nos e ele pediu que eu levasse uma ‘fotocópia’ para ele. A coordenada seria a Rua do Rosário, onde ele trabalha durante a semana como guardador de carros.
Assenti e atravessei a rua em direção aos outros croquizeiros, ansioso e curioso para ver o que os amigos tinham feito.
Depois de um tempo, quando já iniciado nosso magnífico e estreante evento Croqui Secreto, Hudson voltou. E apareceu apenas para me entregar meu prêmio: uma medalha em forma de chaveiro, com o mapa do Panamá. 



Fotos por Cassio Shimizu


 Fotos por Rafael Pto

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